sábado, 3 de julho de 2010

O que você quer do seu namoro?

O que você quer do seu namoro?

Acordos economizam uma boa dose de desentendimentos e mágoas

Cada um de nós tem mais ou menos formatado o que significa um namoro, como ele começa e as bases "óbvias" em que ele deve se desenrolar.
Gostamos de imaginar que a pessoa por quem nos afeiçoamos pensa o namoro como nós pensamos. As relações, de um modo geral, vem carregadas de regras. E na maior parte das vezes, essas regras ou acordos são implícitos, não é costume falar a respeito.
Qual é o usual, o que estamos acostumados a esperar de um namoro? Veja se isso lhe é familiar:
  • Quero que meu namorado seja atencioso, carinhoso
  • Quero que minha namorada seja fiel, que não olhe para ninguém com segundas intenções
  • Quero que ele seja romântico na medida certa
  • Espero que ela respeite minha individualidade
  • Tomara que ele goste de ficar em casa
E o que acontece tantas vezes?
  • Ele esquece do encontro
  • Ela é "simpática demais" com um amigo da turma
  • Nem sempre o celular está carregado
  • Neste fim de semana ele "prefere" sair com os amigos
Pode parecer um tanto pragmático fazer acordos, mas os acordos economizam uma boa dose de desentendimentos e de mágoas, além de promover um compromisso consigo mesmo na relação. Quando os acordos são explícitos o casal passa a se conhecer melhor e a aprofundar os diálogos"Quando os acordos são explícitos o casal passa a se conhecer melhor e a aprofundar os diálogos" , permitindo assim que um conheça melhor o outro e, muito importante, a si mesmo!
Isso não significa que mesmo que sejam explícitos os acordos não possam ser rompidos ou reavaliados. Por isso é importante analisar sem hipocrisia se você é capaz de cumprir um acordo, se o que você propõe ao outro está dentro dos limites possíveis. O que você quer de seu parceiro? Garantias de que ele será seu principe encantado, sua deusa infalível? Você está realmente apto a dar aquilo que exige? Sinceramente? Honestamente?

Atestado de propriedade

Um dos pontos mais vulneráveis de todos os casais está no ciúme. No desejo de ter-se garantia de que o par não se sentirá atraído por mais ninguém na face da terra a não ser por você. Na certeza de que mesmo que ele encontre os amigos no caminho de volta pra casa ele irá mesmo para casa, não se sentirá tentado a ir tomar um choppinho com a galera.
O que é uma relação, afinal? É um atestado de propriedade ou uma oportunidade de trocas íntimas que promova uma afinação gostosa entre o casal?
É claro que não se começa um relacionamento com lápis e papel nas mãos, a intimidade se estabelece aos poucos. E o momento de falar sobre as "regras" será percebido mais cedo ou mais tarde.
Seguem algumas sugestões de temas importantes a serem acordados num relacionamento para que se possa experimentar mais sossego e leveza ao invés de chateações e cobranças:
  • Quantas vezes por semana vamos nos encontrar? (lembre-se de que trata-se de um namoro, não de um casamento...)
  • Quantas vezes por dia vamos nos falar ao telefone ou comunicador instantâneo? (lembre-se que vocês não são a única pessoa um na vida do outro, que as atividades existentes antes do namoro não deixarão de existir e que outras podem ser agregadas)
  • Essa relação pressupõe fidelidade? O que significa fidelidade para cada um? (lembre-se de propor apenas coisas que você também é capaz de cumprir)
  • Esse é um relacionamento aberto? Em que bases? (não esqueça que você não precisa ser moderninho só para poder justificar possíveis "derrapadas". Avalie se deseja mesmo uma relação nesses moldes e se tem estrutura emocional para levar esse tipo de acordo em frente)
  • É importante "falar tudo"? Ou é importante falar tudo o que é importante?(não se pode esquecer que o ser humano diz pequenas mentiras praticamente todos os dias, seja para não ferir alguém ou para se proteger. Encostar alguém na parede atrás de uma verdade que não vai ter utilidade nenhuma pode comprometer um relacionamento promissor)
Namorar é uma delícia! É um período de conhecimento, de sentimentos intensos, de avaliação, de experimentos, de frustrações, algumas decepções e boas surpresas. Namorando também se aprende a viver melhor, mais honestamente. Namorar é uma tremenda oportunidade para nos conhecermos, percebermos nossos limites e também para exercitar nossa flexibilidade.
Os acordos num relacionamento podem ser uma ferramenta maravilhosa para que se aproveite mais o lado gostoso de relacionar-se, para que se experimente a palavra-chave de todas as relações: confiança.
SOBRE O AUTOR
Celia 
Lima
Psicoterapeuta Holística, utiliza florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico. Presta atendimento individual e em grupo, e serviços de coaching pessoal, profissional e organizacional.

 

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